E u tinha 10 anos de idade e amava o futebol. Qualquer chance que eu tinha, na escola, no quintal de casa ou na rua, lá estava eu chutando uma bola com meu irmão e amigos. Uma das jogadas mais admiradas no futebol era, e ainda é, o passe de calcanhar. Sinal de habilidade, ousadia e visão de jogo. Quem o fazia bonito, imediatamente, arrancava da galera um “uau”, um “olé”, ou simplesmente “Sócrates!” O passe de calcanhar era a assinatura do “Doutor” Sócrates, capitão da nossa Seleção Brasileira, na Copa de 1982. Quem esquece o jogo da eliminação contra a Itália? Quem não lembra a alegria afogada pelas lágrimas? Sim, eu também chorei! E quem não chorou que chute a primeira bola. Sócrates marcou um gol brilhante, no jogo em que perdeu. Mas 29 anos, 4 meses e 29 dias depois, com apenas 57 anos de idade, o Doutor perderia o jogo mais importante da sua vida. Os adversários: o álcool e o cigarro. É fácil entender como Garrincha teria se entregado aos vícios. Homem simples, de orige...